segunda-feira, 16 de julho de 2012


O casamento de Nena


O nosso genitor era uma pessoa altamente introvertida, conversava muito pouco e somente com quem tinha alguma intimidade.

O seu terceiro filho de nome Jucinelson, conhecido de todos por NENA, sempre deu muito trabalho à família, haja vista ter-se debruçado muito cedo no trágico mundo do alcoolismo. Motivo pelo qual jamais exerceu qualquer atividade laborativa.

Acontece que nos deleites de suas boemias, Nena engravidou uma moça nos idos de 1982, que posteriormente deu à luz a uma linda menina que fora batizada com o nome de Deyse Emanuelle, radicada atualmente na Espanha, e a quem temos o maior carisma e apreço e estamos sempre em contato via Internet.

Quando se deu a gravidez da moça, o nosso saudoso irmão, por entender que tinha sido uma relação amorosa relâmpago, posicionou-se em desfavor do matrimônio, apesar da pressão de toda a família.

O padrasto da jovem, preocupado com a situação, esteve em nossa casa, e irritado com a conduta de Nena em não querer o enlace matrimonial, chegou a dizer ao nosso pai que ele tinha que casar senão sua enteada ficaria “perdida”.

O nosso pai sem pestanejar, respondeu:

- Meu Senhor, perdida ela ficará se casar com ele!



Narrado por:
INÁCIO GOMES [CIÊ]
Em, 16 de julho de 2012



Geni e o avião



O nosso saudoso primo GENI GOMES, conhecido também por Geni de Júlio Jordão – pessoa dotada de elevada presença de espírito –, era motorista da ambulância do Hospital Municipal Maria Silva de nossa pequena cidade: Itapetim.

Itapetim é uma das pequenas cidades de Pernambuco que fica localizada na região do Alto Sertão do Pajeú, contando com apenas quatorze mil habitantes. Nela não existindo nem sequer campo de aviação, muito menos um Aeroporto.

Um certo dia, em uma de suas rotineiras e cotidianas viagens à capital do Estado, Geni esteve incumbido de levar uma pessoa enferma para ser atendida com extrema urgência em um dos hospitais da cidade do Recife.

Ao chegar no respectivo hospital, e relatar à atendente sobre a premente necessidade no imediato internamento do paciente, haja vista o tempo que fora perdido durante o longo percurso percorrido – de Itapetim ao Recife -, a mesma fez-lhe a seguinte indagação:

- Moço, na sua cidade não passa avião, não?

Geni, improvisadamente, respondeu-lhe:

- Passa moça, mas passa alto que passa danado...


Narrado por:
INÁCIO GOMES [CIÊ]
Em, 13 de julho de 2012